Mais que recorde de público – organizadores falam 60 mil pessoas, a
Polícia Militar em mais de
120 mil, e sinceramente eu perdi a conta – o mega show do
Iron Maiden no
Autódromo de Interlagos domingo à noite também quebrou até a famosa pontualidade britânica, conhecida no mundo inteiro.
E mais. Provou também que rock é cultura e uma cultura que reúne todas as gerações, tribos e estilos.
São Paulo, capital e interior, parou para ver não apenas um show mas ser memória viva de uma história de sucesso e paixão incondicional por som pesado e de qualidade.
Com mais de 40 minutos de atraso, o sexteto que homenageia a dama de ferro inglesa abriu o espetáculo de arrepiar na capital paulista com as tradicionais
"Aces High", "Wrathchild" e
"2 Minutes to Midnight", três clássicos da era de ouro do banda.
Porém o atraso foi logo justificado pelo vocalista
Bruce Dickison, líder da banda. Era para esperar o público entrar, uma imensa massa de camisa preta que às 20h, horário marcado para início do espetáculo, se resumia em mais de 30 mil pessoas e ainda se aglomerava no portão de entrada.
Isso tudo para provar que antes da glória sempre vem sempre o calvário. E no domingo de
Iron Maiden em
Interlagos não podia ser diferente.
Lá para tudo tinha fila. Fila Para estacionar o carro, para pegar a bebida, para ir ao banheiro, fila até para entrar na fila. O jeito foi cortar a fila. E claro, tomar uma saraivada de vaia. Na entrada e na saída.
Mas para quem esperou mais de 30 anos para ver o show, o que seriam algumas vaias, empurrões, filas, minutos de atraso e qualquer outro imprevisto? Simplesmente nada. Irritação apagada ao som do primeiro acorde.
Entre os milhares de fãs que foram conferir o espetáculo, foram poucos os privilegiados que viram os integrantes do
Iron Maiden de perto, na área vip. A pista de
Interlagos, o famoso “s” do
Senna, virou uma mega arena e foi pouco para tanta gente, que nem ligou para o barro e lama que a chuva provocou.
Eu fique a uns 60 metros do palco. Deu para visualizar bem os integrantes da banda apenas pelo telão.
Porém a sensação de ouvir ao vivo e em cores músicas como
"The Trooper", "Wasted Years", "Rime of the Ancient Mariner", "Powerslave" e um bis com
"The Number of the Beast", a marca registrada da banda, seja sob sol ou chuva, na lama ou no asfalto de
Interlagos, é indescritível.
Tão sem noção que até a Lua em meio a uma noite nublada deu o ar da graça. E como escrito nas camisetas da banda à venda na entrada do show, posso afirmar: eu fui.
E fui no maior show do Iron Maiden, segundo gritou o próprio
BruceDickinson, tanto em público como em emoção.(Guto Pereira)
FONTE : JORNAL DIÁRIO DE MARILIA