R.O.D
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 | Assunto: Review de Brasilia no Mondo Metal  Seg Mar 23, 2009 2:57 pm | |
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Uma noite histórica em Brasília. 20 de março de 2009 - uma data que 25 mil pessoas não vão esquecer. E não somente porque foi a primeira vez de muita gente, como da própria cidade, mas também porque foi a noite da apresentação da maior banda de heavy metal de todos os tempos.
Além disso há quem diga (tomara que não) que essa pode ter sido a primeira e última vez que o Iron Maiden se apresente nessa cidade.
Com a promessa de um novo álbum para 2010 e consequentemente uma nova turnê, esperamos que a capital federal seja lembrada novamente, pois o público fez a sua parte e compareceu em peso.
Não é a minha intenção fazer uma cobertura formal do show, citando cada música tocada. O setlist está no final do texto, se você tiver curiosidade. É o mesmo set de todos os shows que o grupo fez no Brasil.
A intenção deste texto é fazer um apanhado geral dos fatos e das sensações trazidas pelo show. Um relato do que aconteceu nessa noite que muita gente aguardou ansiosamente para chegar.
Do lado de fora, nenhuma confusão. Algumas pessoas perdidas perguntando onde era a entrada do seu setor, cambistas vendendo ingressos ao lado dos policiais, um mar de gente vestida de preto, uma garota no celular tentando encontra a amiga (“porque você não veio de vermelho!? Não to conseguindo te encontrar no meio desse pessoal todo de preto”), outros enchendo a cara nas barraquinhas ao redor e por aí vai. Ou seja, tudo caminhando como sempre caminhou.
Do lado de dentro, pouco antes das oito, muito espaço nas pistas. Nem parecia um show do Maiden. Mas aquilo iria mudar em breve, os espaços seriam preenchidos. O público continuava chegando e no momento da apresentação da banda os 25 mil já estavam lá dentro. Uma dica que dou para aqueles que procuram o melhor lugar para assistir o show é que não se enganem indo prontamente para mais perto do palco. Ficar atrás de alguém mais baixo que você é bem mais vantajoso, mesmo que você fique mais afastado dos seus ídolos. Ainda mais quando o cabeçudo na sua frente ainda vem com uma câmera e fica com os braços levantados durante quase todo o show.
Pontualmente às 8:00hs sobe ao palco a “filha do homem”, Lauren Harris, acompanhada do guitarrista Richie Faulkner - e suas tattoos de fita isolante - e do baixista Randy Gregg e sua aparência “glam rock is not dead”. Seu rock a lá Avril Lavigne não fede nem cheira. Sua voz é fraquíssima, mas a banda é muito boa. Serviu como um aquecimento para o que viria a seguir. Lauren tem um certo carisma, falou algumas vezes com o público, que respondeu prontamente. A tática dela, emendando uma música na outra, provavelmente era a de não fortalecer os gritos de “maiden, maiden...” que já começavam a surgir. Após 45 minutos de divulgação do seu “Calm Before the Storm” Lauren agradece o público e encerra a sua apresentação.
Às 9:10hs o momento aguardado por mais de uma vida (para muitos) se concretiza. Se até esta altura você (que foi ao show, claro) ainda não havia esquentado, agora sim você vai suar! Após a intro de “Aces High” o Iron Maiden chega e todos começam a pular e a se esbarrar. É uma boa tática pra você dar uns encontrões naquele sacana agarrado com a namorada gordinha que estava pulando pra trás só pra pisar no seu pé, e você passar a frente dele (hipoteticamente falando).
Isso sim é memorável! Todos aqueles momentos em que você ficava admirando e viajando enquanto olhava a capa dos LPs - principalmente do Powerslave - do seu irmão mais velho, de alguma forma tornam-se reais. A banda aparece, fogos tomam conta do palco e o público começa a pular e cantar em alto e bom tom. Quando você vê uma banda correndo e agitando dessa forma, não consegue compreender porque ela cogitaria parar de tocar.
Em 1h50min de show o Iron Maiden tocou os grandes clássicos e algumas músicas que poderiam ter dado lugar a outras. Todo fã sempre vai achar que uma poderia ficar de fora e outra poderia ter entrado. Eu pessoalmente preferia ouvir Flight of Icarus, 22 Acacia Avenue ou Heaven Can Wait no lugar de Fear of the Dark.
Não porque sejam melhores do que essa, mas porque ela não se encaixa na concepção da turnê. Esse é o único motivo, visto que a sua execução foi um dos pontos altos do show.
Bruce Dickinson é um frontman que não seria rejeitado por nenhuma banda do mundo, com certeza. O cara tem o público nas mãos, além de cantar um absurdo. Ele sabe até quando dar uma bronca. Entre uma música e outra ele falou para alguns ‘brigões’ deixarem de ser idiotas e parar com a ‘p* da briga’. Em outro discurso ele falou com a galera que estava nas arquibancadas, dando para ver os gritos e acenos que vinham daquela área iluminada. Também disse que o setlist foi um pouco modificado desta vez para que se adequasse com os efeitos pirotécnicos do palco, que foram sensacionais. A primeira fila sentiu (literalmente) o palco pegar fogo em alguns momentos.
Foi tudo excepcional. As trocas dos panos de fundo, a performance dos músicos, os efeitos pirotécnicos, o Eddie gigante ‘masturbator’, a participação do público - cantando sempre todas as músicas -, a qualidade do som e da iluminação, etc. Não há do que reclamar destes aspectos. O que há de se reclamar é do pessoal que fica com os braços estendidos filmando TODO o show, atrapalhando a visão dos que estão atrás, que só querem ver e participar do mesmo. E olha que não foram poucos os que fizeram isso.
Tirando alguma desorganização da organização, que não dificultou a passagem de pessoas de um setor para outro e de alguns roubos de celulares e carteiras que aconteceram - feitos provavelmente por pessoas que não foram lá por causa do Iron Maiden - foi um show impecável. Se alguém saiu de lá sem um grande sorriso no rosto, deveria ter seguido o conselho do Bruce e assistido à apresentação da Lisa Minelli no dia seguinte! “Scream for me Brasília!!!!!”.
* Momentos que me deixaram (mais) emocionado (não no sentido ‘emo’): “Wratchild”, “Hallowed be Thy Name”, “The Rime of the Ancient Mariner”, “Run to the Hills” e “Fear of the Dark”. Quais foram os seus?
Set List:
Aces High
Wrathchild
Two Minutes To Midnight
Children Of The Damned
Phantom Of The Opera
The Trooper
Wasted Years
Rime Of The Ancient Mariner
Powerslave
Run To The Hills
Fear Of The Dark
Hallowed Be Thy Name
Iron Maiden
Bis:
The Number Of The Beast
The Evil That Men Do
Sanctuary
Agradecimento: Bruna K. Marques
Fotos: André, Léo
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