Nicko Diary Extra

Diário Extra do Nicko

Ora, ora, ora garotos e garotas. Nicko está de volta! E vocês pensaram que haviam me visto pela última vez, não é mesmo? Bem, eu tenho novidades para vocês... eu estou de volta para um diário extra para todos vocês.

Estou voltando por vocês e eu adoro voltar despejando meus resmungos confusos cheios de palavras de sabedoria e confusão...Eu estou no Ed Force One neste exato momento, voando do Rio de Janiero para a ensolarada São Paulo e por Deus! Como está quente e úmido por aqui.

Nós tocamos Rio ontem à noite e foi absolutamente fantástico, mas eu vou voltar a falar disso daqui a pouco. Ontem à tarde, 14 de Março, sábado a tarde, nós tivemos a premiere do Flight 666. Quando nós saímos em tourné no ano passado, a primeira parte da Somewhere Back in Time Tour, levamos conosco uma equipe de documentaristas – o Sr. Sam Dunn e o Sr. Scotty McFadyen.

Eles trouxeram um monte de câmeras e viajaram conosco ao redor do mundo. Os amava e odiava ao mesmo tempo – eles são maravilhosos para trabalhar, mas depois de seis ou sete semanas na estrada é como aqueles convidados que chegam na sua casa e ficam tempo demais, e você quer se livrar deles, não é verdade garotos e garotas?

Mas não, nós tivemos um tempo formidável juntos, eu os amei mais do que odiei e no fim eles fizeram um trabalho incrível.

Eles vieram para o Rio na Sexta-Feira à noite, direto do Canadá, para a premiere do Flight 666 que aconteceu ontem à tarde, aproximadamente há uma e quarenta e cinco no Cine Odeon.


Todos da banda deixamos o hotel e aparecemos no cinema. Cruzamos o tapete, assinando alguns autógrafos, no mesmo estilo que as velhas estrelas de cinema fazem, vocês sabem... mas nós somos bem mais bonitos que esses caras então valeu um pouco mais a pena, entendem?

Bem, assinamos alguns autógrafos, fizemos as poses com o pôster do lado de fora do cinema, como se estivéssemos habituados a andar no tapete vermelho... montes de fotógrafos, imprensa, câmeras de televisão de toda a América do Sul, e de muitos canais brasileiros.

Fomos acomodados nos nossos lugares, e Bruce levantou-se e apresentou Sam e Scot, além de dar boas vindas a todos no cinema e todas essas coisas – ele recebeu uma salva de palmas monstruosa.

Depois disso, Scotty e Sammy mencionaram como foi bom trabalhar conosco e todas essas coisas... basicamente puxando o nosso saco um pouco ( he he). Eles voltaram pros seus lugares e soltamos o filme.

O lugar ficou completamente enlouquecido, garotos e garotas. Juro. Que filmaço. Eu tenho que admitir há uma ou duas estrelas no filme, nenhuma a mais. Uma é o baterista boa pinta – eu esqueci seu nome... bonitão, fantástico. Na verdade está cheio de partes engraçadas de todos nós.

O filme foi recebido calorosamente, todos amaram. No fim, uma salva de palmas gigantesca e então Sammy, Scotty e eu fomos a frente para responder as perguntas, o que foi muito, muito divertido. Infelizmente a primeira pergunta desprezível foi feita por um americano estúpido na platéia que soltou: “então Nicko, quem foi a inspiração para Pat Travers escrever Off Beat Ride em 1976?”*. Eu respondi: “você está achando muito engraçado não?”. Eu fiquei muito irritado com o cara e disse: “Veja, pergunte uma porra de pergunta decente. Nós estamos aqui para o filme Flight 666, e a primeira coisa que sai da sua boca é esse monte de merda!”

Bom, nós tiramos o cara pra fora e continuei mandando o cara a merda. Daí em diante um bando de pessoas começaram a fazer perguntas decentes e ficamos lá por vinte minutes. Rod, se juntou a nós debaixo de uma salva de palmas de todos que ainda estavam no cinema (o que foi maravilhoso). Nos despedimos e seguimos de volta pro hotel para nos aprontar para o show.

Eu tenho que admitir garotos e garotas... foi meio que mágico! Foi um show difícil pois estava muito úmido e quente. Te digo, foi realmente engraçado porque na terceira música eu tinha uma maldita piscina envolta dos meus pés, de tanto suor e umidade. Meu pé patinava e escorregava... garotos e garotas, vocês provavelmente sabem e aqueles que não sabem, bem, eu toco descalço, e ponho umas tiras de pano nos calcanhares para evitar que o suor escorra para os meus pés. Mas naquela noite infelizmente isso não era o suficiente.

As tiras ficavam encharcadas e não serviam pra muita coisa. Então eu chamei o Charlie: “CHARLIE!”, meu velho técnico de bateria “Você tem que vir até aqui. Você está encarregado da toalha de agora em diante. Quando eu terminar uma música e sempre que der, você precisa limpar o chão e o meu pedal do bumbo. E deixe a toalha para que eu possa enxugar o pé também”.

Foi uma piada, mas acabou dando certo. Foi um show realmente difícil pra mim, e para todos os caras, com toda a umidade e calor. O palco ficou um pouco perigoso para que ficassem pulando. Vocês sabem como eles são, igual galinhas sem cabeça correndo. Fica um pouco perigoso com aqueles pedaços de madeira voando a 30 km por hora pelo palco e coisas do tipo. Mas nós demos conta. Foi uma experiência memorável e os garotos eram fenomenais.

Tivemos algo como quinze ou dezesseis mil pessoas, talvez mais. Foi a maior platéia que tivemos no Rio (que não é uma capital do metal como Sao Paolo(sic)!), levando em conta que esse show era só nosso. Garotos e garotas eu sei que vocês nos viram no Rock in Rio 2001 com mais de duzentos e cinqüenta mil pessoas, mas aquilo era um festival. Enfim, tivemos uma bela resposta e uma experiência maravilhosa ontem a noite. Depois do show todos voltamos para o hotel.

Estava meio quebrado e acabei ficando no quarto ao invés de encontrar todos no bar. Pedi o serviço de quarto e me deitei bem cedo. Lembro de assistir um filme, mas não me lembro nem o que eu vi – devia ser bom não? Como eu disse antes, eu estou no Ed Force One, e estamos seguindo pra São Paulo. Junto conosco tempos um bocado de gente da imprensa européia, que vieram assistir a premiere ontem conosco – obviamente eles foram ao show ontem e agora estamos carregando-os por ai. Eu tenho que admitir. Eles deveriam pagar as passagens.

Se não pagarem, eu vou até lá com uma máquina de bilhetes em um minuto e começarei a cobrá-los!

Bem, nós estamos indo pra São Paulo, e como eu disse um monte de gente da impressa européia conosco, jornais ingleses, eu acho que do The Times... Puxa! Com todos os cortes acontecendo na Inglaterra agora, eu estou surpreso que alguém tenha vindo! De qualquer forma nós temos gente da Alemanha, Noruega, Suécia, muita gente da imprensa européia, alguns do Canadá e como eu disse antes, muita gente da imprensa brasileira na premiere, e acho que alguns deles estão a bordo também. Então preciso ir e causar confusão e problemas em um minuto!

Só quero dizer que foi maravilhoso fazer esse pequeno diário para vocês. Eu não tenho feito nada disso por um bom tempo porque o Sr.Smallwood tem mantido vocês atualizados com trechos do que acontece aqui e ali. Eu não queria tirar a glória dele por isso não tenho escrito mais.

Além do mais, eu sou um baita preguiçoso e quando estou no avião prefiro jogar cartas com os rapazes e rapá-los! Então vejam. Fiquem bem e que Deus abençoe todos vocês. Eu estou ansioso para encontra-los em algum lugar da estrada e também para gravar um novo álbum em 2010. E vamos sair e causar problemas e confusão com vocês por ai na estrada.
Fiquem bem, Deus abençoe vocês. Com muito amor

Nicko.

*Pra quem não sabe Nicko gravou essa música com Pat Travers no álbum Putting it Straight de 76. A piadinha se refere ao nome da música Off Beat Ride, algo como (tradução livre como todo o restante do texto!): Levada Fora de Tempo.